As alegrias passadas ficaram no sorriso perdido de criança
E os traumas mais fortes persistem em ficar
Seguir viagem com os sonhos não realizados
Não votará mais
Os medos infantis de um tempo fácil
As esperanças de um presente de Natal
A máscara cheia de magia do Fofão Carnavalesco
E que na infância marcou o primeiro medo
Não voltará mais
As gotas de chuvas por entre as telhas de barro na noite fria
Nem mesmo o canto do bem-te-vi na palmeira ao lado
Que morreu pela maldade de um homem sem coração.
E que na lembrança ficou apenas a melodia alegre de seu cantar.
Não voltará mais
Meu avô
Meu medo da própria sombra na parede esburacada
Minha mão pequena
Meu primeiro alfabeto
Meu primeiro beijo
Nada voltará, apenas o medo de chorar de novo... (...)
Foto: Ísis Rigoh - Casarão de Minas